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Em Novo Airão (AM), às margens do Rio Negro, hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge é referência de arquitetura sustentável e hospitalidade sofisticada no coração da Amazônia
Por Fabiano Mazzei
Tempo de leitura: 05 minutos
Uma experiência única de imersão na maior floresta tropical do planeta. A 180 quilômetros do centro urbano mais próximo, acessível por estrada ou de hidroavião, o hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge surpreende os seus hóspedes com arquitetura premiada, estruturas de madeira mimetizadas ao meio ambiente, suítes confortáveis e gastronomia regional de excelência. Inaugurado em 2014, o hotel fica às margens do Rio Negro e diante do Parque Nacional de Anavilhanas – o 2º maior arquipélago fluvial do mundo – em meio aos territórios florestais remanescentes mais preservados da Terra.
“Conheci a região em uma viagem de férias e resolvi voltar e investir em expedições de barco pelo Rio Negro, em 2004. O hotel veio dez anos depois, como complemento aos passeios e para dar mais conforto e tranquilidade aos turistas, que tinham certa desconfiança naquela época em conhecer a Amazônia”, recorda Ruy Carlos Tone, engenheiro civil paulistano e sócio fundador do Mirante do Gavião.

Deck sobre as águas do Rio Negro: hotel Mirante do Gavião proporciona uma experiência imersiva na Floresta Amazônica (Foto: Divulgação)
Hoje, o hotel vive lotado, com 60% dos hóspedes brasileiros. “No início, eram mais estrangeiros, mas esse ciclo mudou. Há cada vez mais interesse das pessoas do nosso país em visitar a região”, comenta Tone. Em 2026, uma segunda unidade da marca será inaugurada, com mais doze quartos.
A arquitetura sustentável é um dos destaques. Assinado pelo Atelier O’Reilly Sustainable Strategies, o projeto buscou se adequar ao entorno: as construções têm pisos elevados para preservar a permeabilidade do solo; vãos e janelas garantem iluminação e ventilação natural; há painéis de energia solar para abastecer o sistema elétrico e aquecimento de água; e os resíduos orgânicos são sempre direcionados para compostagem. O paisagismo ficou à cargo do Studio Clariça Lima, inspirado na expedição da botanista britânica Margareth Mee pela Amazônia, com mais de 70 plantas nativas e árvores frutíferas. “Este trabalho teve uma missão importante que foi ‘esconder’ a estrutura construída na vegetação”, comenta Tone.

Design sustentável do hotel, com estrutura em madeira de lei, recebeu prêmios de arquitetura (Foto: Divulgação)
No total, são 13 bangalôs feitos em madeira de lei, com formato de barcos invertidos. Nos interiores, revestimentos em fibras naturais, mobiliário de madeira nobre com detalhes em marchetaria, cestarias e outras peças de artesanato regional – muitos deles, criados pelos profissionais da Fundação Almerinda Malaquias, ONG patrocinada pelo hotel. As habitações ficam distribuídas em um terreno de 30 mil metros quadrados de floresta nativa, conectadas por passarelas até a parte baixa, onde ficam a piscina e o Restaurante Camu-camu. O menu é assinado pela chef Débora Shornik, com releituras de pratos regionais, priorizando ingredientes amazônicos e seus peixes raros – como o Ceviche de Tucunaré e o Surubim ao Creme de Castanhas Frescas. “Não queríamos uma cozinha internacional na floresta, mas também evitamos fazer algo arrogante. É uma culinária de afeto, de alta qualidade, que explora a biodiversidade local e os peixes mais saborosos do planeta”, afirma Tone.
Com 13 bangalôs exclusivos e decoração com artesanato local, o hotel tem encantado turistas nacionais e internacionais (Foto: Divulgação)
EXPERIÊNCIAS
Além de curtir a piscina, os hóspedes do Mirante do Gavião podem explorar os caminhos trilhados e passarelas que percorrem a propriedade. O hotel passou por uma expansão em 2019, ganhando um lounge panorâmico com sala de jogos, redário para relaxar com a vista para Anavilhanas, nova sala de massagem com cosméticos 100% naturais e veganos, provenientes das cooperativas extrativistas do Amazonas.
É possível ainda realizar incursões pela floresta, já inclusas na hospedagem, que variam de uma a cinco noites. Estes passeios contemplam visitas às comunidades ribeirinhas, passeios de canoa pelos igapós na época das cheias, focagem noturna de jacarés e um programa de birdwatching, com o acompanhamento de profissional ornitólogo, de três a sete saídas para observação de pássaros por florestas de terra firme, florestas insulares e de vale, além das campinas.

Paulistano nascido no bairro de Pinheiros, Ruy Carlos Tone descobriu na Amazônia o seu projeto de vida: a transformação socioambiental da região (Foto: Divulgação)
AJUDA VALIOSA
Ruy Tone afirma que tem investido grande parte da receita gerada pelo hotel na transformação social de Novo Airão e das comunidades do entorno. Atualmente, três ONGs recebem apoio: além da Fundação Almerinda Malaquias, a Associação dos Artesãos de Novo Airão (AANA) e a Associação dos Artesãos do Rio Jauaperi (AARJ) também são atendidas. Sem contar com o projeto Educação Ribeirinha, que atua na construção e reformulação estrutural e pedagógica de 25 escolas de comunidades isoladas.
“Trabalhamos em diversas frentes: desde a geração de renda, educação, desenvolvimento da bioeconomia e na proteção dos rios, lagos e praias. Tudo para fortalecer e empoderar a população local”, conta o empresário. Sensibilizados, os hóspedes também têm contribuído. “Muitos acabaram nos ajudando com recursos para a construção de duas escolas na cidade. No final, o hotel acaba sendo um elemento catalisador das causas socioambientais da região”, analisa Tone.
“A Amazônia proporciona uma sensação muito prazerosa de acolhimento, a partir de uma conexão profunda com a natureza. É como se a floresta nos dissesse que estamos nos esquecendo das nossas origens e do que realmente importa”, diz.
SERVIÇO
Mirante do Gavião Amazon Lodge
mirantedogaviao.com.br
@mirantedogaviao