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Por Fabiano Mazzei
No turismo mundial, poucos lugares no mundo conseguem oferecer um pacote tão completo de experiências únicas, que inclui paisagens naturais de tirar o fôlego, aventuras outdoor, hotelaria de luxo e uma rica cultura local, quanto a Patagônia.
Um imenso território, com mais de 1 milhão de km2, dividido entre a Argentina e o Chile, que fora descoberta pelo explorador português Fernão de Magalhães em 1520, e que guarda até hoje o meio ambiente quase que intocado. Um cenário que tem garantido a região nas listas de “top destinations” das revistas e sites especializados ano após ano, atraindo turistas de todos os cantos do planeta em busca de reconexão com a natureza.
Na sua porção chilena, o grande destaque é o Parque Nacional Torres del Paine – “torres azuladas”, no dialeto mapuche local. Com 242 mil hectares de extensão, sua geografia é composta por montanhas, vales, floresta e geleiras, além de uma rica fauna – lar de pumas, condores, pinguins, raposas e guanacos, um parente da lhama. Em 1978, foi reconhecido como Reserva da Biosfera da UNESCO. Seu nome remete a três maciços de granito que são onipresentes na paisagem local, com altura média de 2.800 metros.
A Patagônia chilena é repleta de grandes lagos navegáveis, como o Pehoe, Sarmiento e General Carrera, onde fica um dos lugares mais exóticos do destino: as “capelas” de mármore, formações rochosas esculpidas pelo vento e a água ao longo de milênios. Há também fiordes, canais e glaciares, que podem ser acessados em pequenos navios de cruzeiro que circulam pela região.
O QUE FAZER
Em geral, os passeios são bastante democráticos no destino, com opções para todas as idades e condicionamento físico. É possível escolher como fazê-los – a pé, bike, cavalo, veículos ou em embarcações –, bem como a duração deles, se metade ou dia inteiro.
Alguns roteiros são clássicos: visita às torres Del Paine, cavalgada pelas estâncias junto aos “gaúchos” que vivem na região e conhecer o Glaciar Grey, uma imensa massa de gelo com 270 km2, a terceira maior do mundo depois da Antártica e Groenlândia.
No modo fácil, quase tudo pode ser admirado pelos diversos mirantes espalhados pelo parque: basta acessar de carro. Mas, para quem busca mais adrenalina, encarar longos percursos de caminhada é obrigatório.
Caminhada até a base das Torres del Paine é um dos passeios mais requisitados no destino (Foto: Tierra Hotéis)
O trekking até a base das três torres é o passeio mais procurado. Uma caminhada de 18 km, com oito horas de duração, cruzando vales áridos, florestas exuberantes e um trecho final de subida acentuada. Exige esforço e preparação prévia, principalmente a aclimatação de pelo menos três dias por conta a altitude. O clima também pode variar bastante durante o dia, assim como as rajadas de vento podem chegar a mais de 100 km/h. Ou seja, não é para qualquer um, mas o prêmio final – a chegada aos pés do imenso maciço – é uma emoção que se guarda para o resto da vida.
A exploração do glaciar Grey pode ser feita em um percurso de 21 km, realizado parte em estrada e barco, parte caminhando sobre a geleira, com subidas íngremes e travessia de pontes suspensas que proporcionam outra perspectiva dos Campos de Gelo do Sul, que se estendem por 6 km.
Turistas observam o Glaciar Grey, no extremo sul do Chile (Foto: Tierra Hotéis)
Claro, há caminhadas mais suaves também. O passeio conhecido como “cornisas” é um safári fotográfico de 7 km para observação dos condores, ave símbolo da Patagônia. Outra opção é pelo Paso de Agostini, que atravessa bosques e lagoas até chegar ao mirante com vista do Lago Toro, o maior da região, e o Río Paine. O Lago Grey pode ser acessado de van e tem percurso de pouco mais de 30 minutos até a sua praia, onde avistam-se imensos blocos de gelo que se desprenderam do glaciar.
Outra opção é fazer cavalgadas com os “baqueanos”, vaqueiros locais, pelas estâncias como Guido e El Lazo. Uma experiência absolutamente única, finalizada com uma degustação de “asado” do cordeiro patagônico feito em fogo de chão e uma taça de vinho chileno, um dos mais premiados do mundo.
Passeio a cavalo reproduz o estilo de vida dos vaqueiros locais (Foto: Tierra Hotéis)
QUANDO IR
Este é um destino que pode ser visitada no ano inteiro, mas cuja experiência muda radicalmente dependendo da estação. No verão, entre os meses de dezembro e fevereiro, os dias ficam mais longos e as temperaturas mais amenas, por volta dos 20ºC.
Depois, no outono, as paisagens mudam de cor, o pôr-do-Sol nesta estação fica mais bonito, mas pode chover mais. No inverno, a neve chega e há menos turistas, o que favorece a sensação de exploração. Já na primavera, a natureza renasce e tudo transborda em cores e vida. É a melhor época para observação da fauna também: prepare-se para ver muitos filhotes de raposas, guanacos e pumas correndo pelas florestas e montanhas verdejantes.
Lareira no lobby do hotel Tierra Patagonia: vista espetacular (Foto: Tierra Hotéis)
ONDE FICAR
Por ser um dos destinos mais desejados do turismo mundial, a Patagônia é repleta de opções de hospedagem. Três delas, cinco estrelas, estão classificadas dentre as melhores do país: The Singular Patagônia, Explora Patagônia e Tierra Patagônia.
O primeiro é um retrofit de um antigo frigorífico do início do século 20, localizado em Punta Arenas. O Explora Patagônia fica dentro do próprio parque Del Paine e tem caráter mais aventureiro.
Já o Tierra Patagônia, às margens do Lago Sarmiento, na fronteira com o parque, é o que oferece uma combinação ideal de conforto e sofisticação. Com 40 quartos, tem design assinado pela premiada arquiteta chilena Cazú Zegers que se mimetiza com o ambiente externo. Do lado de dentro, muito aconchego com decoração minimalista, madeira, bar e restaurante especializado na gastronomia local. O menu de passeios e experiências é outro destaque.
Piscina aquecida e indoor no resort às margens do Lago Sarmiento (Foto: Tierra Hotéis)
A uma hora de carro do aeroporto de Puerto Natales, o Tierra Patagônia é bastante frequentado por turistas dos Estados Unidos e Europa. “Estamos em um destino icônico, composto por cenários estonteantes, que podem ser explorados a pé, carro, cavalo ou navegando pelos glaciares. Por isso é tão desejado”, afirma Pablo Lundahl, Gerente-Geral do hotel.
Em comum, todos eles oferecem piscinas aquecidas e spa com diversos tratamentos e massagens. Opções perfeitas para relaxar após um longo dia imerso nesta natureza extrema e deslumbrante da Patagônia.
COMO CHEGAR DE AVANTTO
Aeronaves indicadas: Embraer Phenom 300 ou Legacy 500
Trecho 01: São Paulo – Santiago (CHI)
Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez
Coordenadas: 33° 23′ 34″ S / 70° 47′ 08″ W
Duração: 05 horas
Trecho 02: Santiago – Puerto Natales (CHI)
Aeroporto Ten. Julio Gallardo
Coordenadas: 51° 40′ 15″ S / 72° 31′ 42″ W
Duração: 03 horas
O retorno deverá ser feito pela mesma rota.