27/04/23

De volta para o futuro?

Famosos nos anos 1930, os dirigíveis estão perto de voltar aos céus quase um século depois. Conheça três projetos de dirigíveis elétricos e modernos que prometem revolucionar a aviação de longa distância para passageiros e cargas.

Tempo de leitura: 5 minutos 

Por Avantto

Não é avião, nem helicóptero. Não se trata de drone ou EVTOL. Até o final desta década, os céus do planeta deverão ganhar um novo objeto voador identificado: os dirigíveis elétricos. 

Na verdade, nem tão novo assim. Nos anos 1930, eles foram muito populares na Europa e Estados Unidos. O mais famoso deles, o Hindenburg, da companhia alemã Zeppelin, chegou a fazer sete voos para o Brasil. Mas, em 1937, um acidente trágico pôs um fim neste capítulo da história dos dirigíveis. 

Quase um século depois, ao menos dois projetos estão bastante adiantados e devem recolocar estes gigantes infláveis de volta a serviço do transporte aéreo, tanto de passageiros, quanto de carga, até 2030. 

O Airlander 10, da empresa Hybrid Air Vehicles (HAV), pode transportar 10 toneladas ou 100 passageiros por cinco dias a seis mil metros de altura. A cabine tem cerca de 97 metros de extensão e a sala de controle 640 metros quadrados. 

Uma das propostas da HAV é seu uso turístico, para experiências de voo customizadas para empresas. A cabine pode ser configurada com 90 assentos para passageiros, mesas de jantar para 40 pessoas ou ainda oito luxuosas suítes, para viagens de até três dias sem tocar o solo. 

No aspecto da segurança, o gás hélio que preenche o “balão” não é inflamável e servirá apenas para dar flutuação: os motores de propulsão elétrica darão o empuxo e a aceleração vetorial necessárias, deslocando a aeronave. No modelo híbrido, estima-se uma redução de até 75% das emissões de carbono. Na versão elétrica, nenhuma grama de CO2 será expelida. 

A norte-americana LTA Research está desenvolvendo o Pathfinder e tem como um dos investidores Sergey Brin, co-fundador do Google. Em uma das versões mais recentes, o dirigível alcançou 185 metros de comprimento por 30 metros de diâmetro. Com autonomia para 16 mil quilômetros, será impulsionado por doze motores elétricos abastecidos por energia solar, com gás hélio também para inflar o casco. 

Ambos os projetos já despertaram o interesse de companhias aéreas. A espanhola Air Nostrum encomendou 10 unidades do Airlander para 2026. Já a sueca OceanSky Cruises pretende lançar um pacote de viagem ao polo norte a bordo do Pathfinder. O valor da passagem deve chegar perto de R$ 1 milhão. 

Mais focado no transporte de cargas e mercadorias, o projeto da empresa francesa Flying Whales (acima) tem 100 metros de comprimento e capacidade para transportar 60 toneladas – o equivalente a três carretas rodoviárias. Como todo dirigível, ele estará apto a decolar e pousar em áreas de acesso remoto, podendo ser utilizado para transportar alimentos e medicamentos em missões humanitárias. 

hybridairvehicles.com 

ltaresearch.com 

flying-whales.com 

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