12/09/23

O centenário do Copa

História, festas, glamour. Conheça curiosidades sobre o hotel Copacabana Palace, que completa 100 anos em 2023.

Tempo de leitura: 5 minutos

Por Avantto

Um ícone da hotelaria de luxo mundial completa 100 anos em 2023. O Copacabana Palace abriu suas portas há um século, em agosto de 1923 e, desde então, já recebeu mais de três milhões de hóspedes – muitos deles, figuras ilustres do jetset internacional, música e cinema. 

Atualmente, o Copacabana Palace pertence à marca Belmond, do grupo LVMH: o mesmo que controla maisons como a Louis Vuitton, Fendi, Dior, Tiffany&co. e Moët-Hennessy. São 239 acomodações, com quartos a partir de 30 m2, suítes de 70m2 e as generosas penthouses com vista para o mar e ensolaradas varandas, com 138 m2. 

Dentre os amenities, um spa, academia completa, uma quadra de tênis e a histórica piscina do Copa: com 25 metros de extensão e cercada de cadeiras, chaises e um bar, é o ambiente mais disputado por hóspedes e visitantes do hotel. 

No que se refere à gastronomia, o hotel é apoiado por três restaurantes que se tornaram referência na cidade: o asiático MEE, com uma estrela Michelin; o Ristorante Cipriani, de comida italiana; e o Pérgula, de cozinha mediterrânea com toques de ingredientes brasileiros. 

HISTÓRIA 

Tudo começou com um pedido do Governo Federal da época, para a construção de um novo hotel de luxo no Rio de Janeiro, na recém-duplicada Avenida Atlântica, em Copacabana, para comemorar o centenário da Independência do Brasil, em 1922. Coube ao empresário carioca Octávio Guinle, membro de uma das famílias mais ricas do País, a missão de tirar o projeto do papel, o que só aconteceu um ano depois. 

O “briefing” era muito claro: o Presidente da República, Epitácio Pessoa (1919-1922), queria um suntuoso palácio à beira-mar, com amplos terraços e vistas deslumbrantes, com cozinha internacional e suítes luxuosas para receber a alta sociedade mundial. 

Guinle contratou o arquiteto francês Joseph Gire, o mesmo que já havia assinado os projetos do Hotel Glória, também no Rio. Ele se inspirou em outros dois hotéis franceses – o Negresco, em Nice; e Carlton, em Cannes – para definir as linhas clássicas do Copa. 

A opulência estava presente em cada centímetro do hotel. Quase tudo foi importado: os mármores vieram de Carrara, Itália; os lustres e adornos de vidro da então Tchecoeslováquia; cristais austríacos, porcelanas de Limogés; a tapeçaria era britânica e os móveis, franceses. Até o cimento era estrangeiro, feito na Alemanha. 

O hotel ficou pronto em 1923 e fora inaugurado pelo Presidente da ocasião, Artur Bernardes (1922-1926). Por décadas, pertenceu à família Guinle, que vendeu em 1989 para o grupo Orient-Express, atual Belmond. Em 2018, a marca foi incorporada ao grupo LVMH, mas manteve a gestão do hotel. 

HALL DA FAMA 

Se a história de um hotel é contada pela qualidade dos seus hóspedes, o Copa tem até um Hall da Fama inteiro para eles. Uma ala do hotel onde fotografias autografadas de autoridades, chefes de Estado, celebridades e personalidades que passaram por ali. Há, ainda um livro de ouro, com o registro de hospedagens e visitas ilustres e que fica guardado em um cofre. 

Os nomes são os mais incríveis que se possa imaginar. O físico alemão Albert Einstein, por exemplo, passou algumas horas no hotel, em um almoço oferecido no terraço por Assis Chateaubriand, em 1925. Já Santos Dumont passou um mês no Copa, em 1928. O escritor e diretor americano Orson Welles esteve por lá nos anos 1940. Em 1964, a musa do cinema, Brigitte Bardot, foi hóspede. 

A realeza mundial frequentou diversas vezes o hotel: os ingleses Eduardo VIII e seu irmão, George V, dormiram em suas suítes em 1931. Rainha Elizabeth II ficou no Copa em sua única viagem ao Brasil, em 1968. Seu filho, Charles, e a então esposa, Lady Diana, também foram hóspedes, em 1991. 

Astros da música foram muitos: Nat King Cole cantou no Golden Room em 1959; Sammy Davis Jr., Josephine Baker, Ella Fitzgerald, Ray Charles e Tony Bennett também. Freddie Mercury (1985), Bono Vox (2000), Mick Jagger (2006), Madonna (2008), Paul McCartney (2010) e Justin Bieber (2013) não se apresentaram, mas ficaram no hotel durante suas turnês no Rio.  

NOITES DE GLAMOUR 

O Golden Room do Copa foi inaugurado em 1938, como a grande casa de espetáculos de luxo do Rio de Janeiro. Mas nem só de shows com astros da música viveu – e vive – o espaço.  

Um dos eventos mais concorridos do Copa até hoje é o Baile de Carnaval. O primeiro deles aconteceu ainda em 1924, seis meses após a sua inauguração. Guinle logo percebeu a grandiosidade do evento e começou a convidar celebridades mundiais para curtir a folia de Momo nos salões do hotel. Deu certo: até hoje, a festa é disputada por estrelas do showbiz. 

Para completar a efervescência da cena cultural no Copa, o hotel reinaugurou o seu teatro. O espaço substituiu o cassino original, proibido de operar desde o final dos anos 1960, e esteve fechado após 1994. 

O Teatro Copacabana passou por uma minuciosa restauração que durou nove meses e envolveu mais de 600 artesãos de 18 especialidades diferentes, de entalhadores a designers e carpinteiros. 

Um dos maiores desafios foi a recuperação de uma instalação folheada de pau-ferro brasileiro que reveste as paredes. Para montá-la, uma equipe passou mais de uma semana montando um quebra-cabeça de painéis de madeira do tamanho aproximado de 10 campos de futebol, combinando tons e padrões na granulação. Em 2021, o teatro reabriu as portas. No mesmo ano, o projeto de restauro foi premiado pelo Instituto dos Arquitetos Brasileiros (IAB). 

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