Créditos: Divulgação

27/05/24

“Carros voadores” são atração na Expo eVTOL 2024

Por Avantto

Os “carros voadores” foram a principal atração do Expo eVTOL 2024, feira sobre veículos elétricos de pouso e decolagem verticais, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reuniu fabricantes, operadores e empresas de tecnologia, além de sediar o 2º Fórum eVTOL, com especialistas e players da aviação debatendo sobre mobilidade aérea urbana (UAM, em inglês) e os desafios para que este novo modal se torne uma realidade no Brasil. 
 
No painel “Possibilidades e novos mercados para a operação com eVTOLs no Brasil”, o CEO da Avantto, Rogério Andrade, falou sobre a transformação da mobilidade urbana com a chegada do novo veículo de transporte. 

“As pessoas que vivem nas grandes metrópoles passam cerca de 45 dias por ano paradas no trânsito. Portanto, uma nova alternativa a esse deslocamento diário, que seja aéreo, mais rápido e seguro, sem dúvida, será muito interessante”, afirmou. 
 
O executivo destacou que São Paulo, cidade que possui o maior volume de voos de helicóptero do mundo – cerca de 80 mil por ano, com 410 aeronaves e mais de 200 pontos de pouso – tem uma vantagem competitiva em relação a outras capitais brasileiras e mundiais. 
 
“Os paulistanos já aderiram a essa cultura do voar para o seu deslocamento diário. Além disso, conta com uma malha de voos mais avançada, além dos helipontos, que precisarão ser adaptados, mas já existem”, disse Andrade. 

A Avantto é a maior operadora privada de voos de helicóptero do mundo e, por este ‘know how’, foi procurada pela Eve Air Mobility, divisão de eVTOL da Embraer, para o desenvolvimento de todo o ecossistema de UAM em São Paulo. 

Rogério Andrade, CEO da Avantto, participa de painel sobre os desafios e oportunidades da mobilidade elétrica aérea urbana em evento na capital paulista. Créditos: Divulgação. 

Custo, rotas e oportunidades 
Rogério Andrade apresentou ao público um estudo realizado pela consultoria KPMG sobre a oportunidade de crescimento do mercado de eVTOLs nas principais cidades do mundo. São Paulo e Rio de Janeiro foram contempladas e demonstraram números superlativos. 

De acordo com o levantamento, com o início da operação na capital paulista começando em 2027, o novo modal atenderia 850 mil pessoas por ano, com apenas 48 aeronaves. Caso as premissas de escalabilidade sejam atendidas, esse número poderá chegar a 60 milhões de passageiros e oito mil eVTOLs operacionais em 2040. O Rio teria uma performance menos exuberante, mas igualmente surpreendente: chegaria a 18 milhões de passageiros/ano, com 2,3 mil veículos. 

Para o executivo, as rotas iniciais deverão ser aquelas que ligam o centro financeiro das cidades com os aeroportos do entorno. “Viagens de até 30 km de distância, como entre a Avenida Faria Lima, em São Paulo, e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, deverão demorar até 15 minutos para serem completadas”, descreveu.  
 

O custo do bilhete? “A expectativa é de que, quando começar a operar, o preço médio do ticket por passageiro será de US$ 100. À medida que o serviço for evoluindo, o custo dessa viagem poderá chegar a US$ 50. Em comparação, o mesmo trecho feito de helicóptero custa, hoje, US$ 300”, afirmou Andrade. 

Feira Expo Evtol 2024 apresentou novidades do setor ao público em São Paulo. Créditos: Divulgação.

Desafios 
O CEO da Avantto apontou ainda os desafios que precisarão ser superados para que a o novo modal possa começar a operar nas cidades brasileiras. O primeiro deles seria a questão da conectividade: uma infraestrutura tecnológica de transmissão de dados altamente eficiente, que permita que os eVTOLs sejam controlados remotamente, sem a necessidade de um piloto a bordo. 
 
A cultura do compartilhamento de viagens também precisaria amadurecer e ser mais aceita pela sociedade. “Este é um comportamento comum nos voos comerciais, mas na aviação privada ainda é muito incipiente”, disse. Outro ponto fundamental diz respeito ao grid elétrico das cidades, que deverá ser mais robusto para suportar a necessidade de recarga das aeronaves. 

“Boa parte do capital levantado para o desenvolvimento da mobilidade aérea elétrica urbana tem se concentrado nos equipamentos. Mas, se observarmos todo o ecossistema, os investimentos em infraestrutura urbana e no controle do espaço aéreo também precisarão ser feitos”, comentou. 

Por fim, Rogério Andrade se mostrou confiante com o potencial dos eVTOLs para a transformação da mobilidade nas cidades. “Se tudo evoluir como se espera, será um modal muito acessível e que transportará um número muito maior de passageiros do que na aviação privada, permitindo com que as pessoas valorizem o seu principal bem: o tempo, seja para fazer negócios ou estar com quem mais importa.” 

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23/05/24

“No futuro, viagens com eVOLTs poderão custar apenas um sexto das viagens com helicópteros”, afirma CEO da Avantto na Expo eVOLTs 2024 

Executivo traz explicações e apresenta tendências do setor de eVOLTs, que devem começar a operar no Brasil em 2026 em parceria com a Avantto e outras corporações. 

Foto: Rogério Andrade, CEO da Avantto

A Avantto, empresa líder no compartilhamento de jatos e helicópteros e um dos principais players do mercado de aviação executiva na América Latina, marcou presença na feira Expo eVOLTs 2024, que aconteceu em São Paulo, no Expo Center Norte. De acordo com o CEO da empresa, Rogério Andrade, que participou da palestra “Possibilidades e novos mercados para a operação com eVTOLs no Brasil”, no dia 23 de maio, temos uma população que quer voar e está adaptada à cultura de voos pelas cidades, o que traz uma excelente perspectiva para o setor de eVOLTs nos próximos anos. 

“Sabemos que os moradores de grandes cidades passam, em média, um mês e meio presos no trânsito todos os anos. Nesse cenário, os eVOLTs chegam para revolucionar a forma de se movimentar, porque são perfeitos para voar entre distâncias curtas com mais facilidade, reduzindo drasticamente o tempo perdido e proporcionando uma experiência de transporte verdadeiramente confortável e segura, além de emitirem bem menos ruído e nenhuma fumaça de carbono, pois são totalmente elétricos”, explica o executivo. 

Potencial de Mercado de eVOLTs no eixo Rio – São Paulo 

Rogério apresentou uma recente pesquisa destacando o potencial de mercado dessas regiões que, hoje, concentram a maior quantidade de voos de helicópteros realizados em território nacional.  

“Sabemos que São Paulo é a única cidade do mundo com tráfego aéreo exclusivo para helicópteros e seus céus concentram mais voos do que os de Nova York – ao todo, são mais de 200 helipontos na capital paulista, contra apenas três em Nova York. Na Avantto somos responsáveis pela maior operação urbana de helicópteros do mundo e responsáveis por cerca de 10% dos voos realizados na cidade de São Paulo. De acordo com estudos recentes da KPMG, apenas São Paulo e Rio de Janeiro representam um mercado de eVTOL de, aproximadamente, 10 mil unidades, com receita potencial de U$ 7,3 bilhões até 2040”. 

Evolução dos preços com o passar do tempo 

O executivo trouxe um comparativo entre o custo para o cliente final de voar um eVTOL e outros modais de mobilidade urbana. A previsão é que uma viagem de cerca de 30km em um eVTOL custe cerca de $100 por passageiro no início da operação e possa chegar a $50 quando o mercado estiver mais maduro e os voos passem a ser operados remotamente, sem a necessidade de um piloto a bordo. O que representa algo em torno de 1/6 do custo atual por passageiro para se usar um helicóptero atualmente.  

“Se considerarmos uma distância de 30 km, um voo de helicóptero custa, em média, U$ 300 em um serviço de compartilhamento de viagem. A previsão é que um eVOLT com capacidade para quatro passageiros comandado por um piloto humano tenha um custo de U$ 100 pela mesma distância, enquanto que o mesmo eVOLT autônomo (ou seja, sem um piloto humano e com espaço para mais um passageiro pagante) possa operar por um preço final de U$ 50 dólares por pessoa, o que representa um sexto do valor de um helicóptero”, finaliza Rogério Andrade.  

Sobre a Avantto 

A Avantto é líder no segmento de compartilhamento de aeronaves executivas na América Latina. Com mais de doze anos no mercado, a companhia já se tornou uma das maiores do setor na aviação privada. Com um portfólio que possui mais de 500 usuários ativos voando regularmente, faz mais de 1.400 decolagens mensais (jatos e helicópteros) e voa mais de 850.000km por ano. 

 

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Crédito: Divulgação.

22/03/24

Mobilidade aérea em debate na SXSW 2024

Por Avantto 

O futuro do transporte aéreo ganhou centralidade em um dos eventos de inovação mais importantes do mundo: o South by Southwest (SXSW) 2024, realizado em março na cidade de Austin, Texas (EUA). 

Dentre as discussões, os temas que predominaram foram os desafios para tornar a aviação mais sustentável; como a aviação pode contribuir com a questão climática do planeta; quais passos ainda precisam ser dados para tornar o EVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso verticais) uma realidade nas cidades do mundo; e como equilibrar a inovação com o business aéreo. 

Fabricantes aeronáuticos, operadores, companhias aéreas e startups do setor marcaram presença nos painéis. A Embraer, por exemplo, foi host em quatro deles, realizados no dia 12, no The Line Hotel. Executivos da companhia como Cesar Pereira (Head de Sustentabilidade na Aviação Comercial), Dimas Tomelin (Vice-Presidente de Estratégia Corporativa, Digital e Inovação), Patricia Dias (Chefe Global do Programa de Intraempreendedorismo) e Cesar Ortolani (Chefe Global de Serviços Digitais) integraram a lista dos palestrantes, junto a outros especialistas do setor. 

“A presença ativa da Embraer no SXSW buscou debater o futuro da aviação sustentável e sobre como as organizações podem construir com sucesso para um amanhã brilhante, sem perder o foco nas necessidades atuais do mercado”, disse Dimas Tomelin. 

Conferência sobre mobilidade aérea na SXSW 2024: sustentabilidade e impacto ambiental na pauta do encontro. Crédito: Divulgação.

EVTOL
Em sua segunda participação consecutiva no SXSW, a Eve Air Mobility também foi anfitriã em um dos painéis do evento. Em “Pre-Flight Check: Next steps to make eVTOL flights a reality”, o presidente e CEO da empresa, Daniel Moczydlower, falou sobre os desafios e próximos passos para a abertura do espaço aéreo global a essa nova modalidade de transporte no prazo de dois anos. 

“Estamos reimaginando a mobilidade com foco nas conexões humanas, buscando tornar mais eficiente os deslocamentos nas grandes cidades”, disse Debora Ambar, Head de Brand da Eve. 

EVTOL da Eve Air Mobility: debate sobre os próximos passos para implantação do novo modal de transporte. Crédito: Divulgação. 

Em 2023, a empresa apresentou no evento um mockup da cabine do seu EVTOL, com espaço para quatro passageiros e um piloto, além da bagagem. Serão oito motores dedicados na decolagem vertical e duas asas fixas para ajudar nos voos de cruzeiro. Outros dois propulsores elétricos redundantes atuarão para dar mais performance e segurança. 

Parceria 
Em 2021, a Avantto anunciou uma parceria estratégica com a Eve Urban Air Mobility, subsidiária da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL da fabricante aeronáutica. O objetivo principal é a elaboração e operação conjunta de um ecossistema de mobilidade aérea urbana no Brasil e América Latina. 

EVTOL da Avantto: parceria com a Eve Air Mobility inclui aeronaves e desenvolvimento de plataforma operacional. Divulgação.

Essa parceria vem acompanhada de um pedido de 100 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL). “Vamos interagir de forma intensa com a EVE e coparticipar no desenvolvimento final dos eVTOLS, dos requerimentos para construção dos vertiportos e do sistema de controle do espaço aéreo”, diz Andrade.  

Com o advento dos eVTOLS, a expectativa é de que a Avantto passe a atender a verticais de mobilidade área urbana, com distâncias de até 50km, e entre cidades, com deslocamentos entre 70 e 300 km.  

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02/08/23

Tudo pronto para a LABACE 2023 

A maior feira da aviação de negócios da América Latina acontece em São Paulo, entre os dias 8 e 10 de agosto. Avantto confirma presença com lounge de mais de 700m² e exposição de duas aeronaves. Além disso, o CEO da companhia, Rogerio Andrade participará de painel sobre mobilidade aérea urbana elétrica.

Tempo de leitura: 3 minutos

Por Avantto 

Lounge exclusivo para clientes e convidados, apresentação de duas aeronaves e participação em palestra sobre EVTOL. A Avantto confirma presença na Latin American Business Aviation Conference & Ehxibition – LABACE 2023, que acontece entre os dias 8 e 10 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. 

A Avantto é uma das marcas mais tradicionais do evento. A LABACE reúne os principais fabricantes de aeronaves do mundo, fornecedores de peças, equipamentos, aviônicos, opcionais e acessórios e prestadores de serviços técnicos especializados, manutenção, FBO´s e aeroportos especializados em atendimento aeroportuário, provedores de treinamento, seguradoras e toda cadeia do Trade que fazem desse setor, um dos maiores do mundo. 

Organizada pela Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), esta será a 18ª edição da feira. No total, já recebeu mais de 168 mil visitantes, 2.060 expositores e 740 aeronaves em sua trajetória. Em 2023, mais de 100 empresas confirmaram participação onde serão expostas mais de setenta aeronaves. A feira contará ainda com uma agenda de palestras. 

No dia 9, a partir das 15h10, Rogerio Andrade, CEO da Avantto, participa do Painel EVTOL, sobre os avanços dos veículos elétricos de decolagem e aterrissagem verticais. Dentre os debatedores, André Stein, CEO da Eve – spin-off da Embraer, que desenvolve 
‘carros voadores’. 

Nos demais dias, o evento discutirá outros temas relevantes ao futuro da aviação geral brasileira. Confira a programação no site da Labace: www.labace.com.br 

Serviço: 
LABACE 2023 
de 8 a 10 de agosto de 2023 
Aeroporto de Congonhas, São Paulo 
Rua Tamoios, 483 – Jardim Aeroporto 

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26/07/23

A incrível fábrica de “carros voadores” 

Agora é para valer! Brasil será a sede da primeira fábrica de eVTOL (veículo elétrico de pouso e decolagem vertical) da Eve Urban Air Mobility. Avantto é parceira estratégica da empresa e já garantiu 100 aeronaves. 

Tempo de leitura: 4 minutos  

Por Avantto

A cidade de Taubaté, a 142 quilômetros da capital paulista, será a sede da primeira fábrica de eVTOL da Eve Urban Air Mobility – empresa subsidiária da Embraer, que desenvolve o projeto de carro voador para a companhia. O anúncio foi feito no dia 20 de julho. 

A planta ocupará uma área dentro do parque industrial da fabricante de aeronaves na cidade, considerada ideal pela proximidade com a sede da Embraer e acesso logístico, de equipamentos e equipes de engenharia. Segundo a Eve, já existem 2,85 mil eVTOLs encomendados por 28 clientes em todo o mundo. Uma carteira avaliada em mais de US$ 8 bilhões. 

A Avantto é um destes compradores. A companhia, líder no ramo de compartilhamento de propriedade de aeronaves, reservou 100 unidades do Eve. Além disso, ambas as empresas firmaram uma parceria estratégica na América Latina, visando o desenvolvimento de processos, tecnologias e experiência do cliente do futuro modal aéreo. 

Com base na sua experiência de mercado, a Avantto também está colaborando na criação e potencial operação conjunta de um ecossistema de Mobilidade Aérea Urbana no Brasil e na América Latina. 

“Oferecemos os serviços de propriedade compartilhada há mais de dez anos e com a chegada dos eVTOLS, passaremos a atender um público sensivelmente maior, uma vez que haverá redução importante nos custos das viagens (que será semelhante ao de aplicativos de carros). Continuaremos a atender os mercados corporativo e premium, mas uma nova população de usuários passará a ter acesso aos veículos aéreos e para isso ampliaremos a oferta de serviços. Os eVTOLS serão integrados na frota de compartilhamento e também para deslocamentos pontuais no serviço de Táxi Aéreo”, afirma Rogerio Andrade, CEO da Avantto. 

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06/06/23

Tudo sobre a EBACE 2023

A feira de aviação executiva mais importante da Europa foi marcada por análise do mercado global, lançamentos de novos modelos e atualizações quanto ao desenvolvimento dos EVTOLs. 

Tempo de leitura: 5 minutos

Por Avantto 

Perspectiva positiva de mercado, lançamento de aeronaves e avaliação do desenvolvimento dos “carros voadores” – o EVTOL (Veículo Elétrico de Pouso e Decolagem Vertical) dominaram os três dias da EBACE (European Business Aviation Convention & Exhibition), realizada entre os dias 23 e 25 de maio, na Suíça.                         

Mas o que é EBACE? Trata-se da principal feira de aviação executiva da Europa, que acontece todos os anos em Genebra, na Suíça. Na edição 2023, foram mais de 300 expositores posicionados no centro de exposições Palexpo e cerca de 50 aeronaves em exposição na pista do aeroporto internacional da cidade. 

Quanto ao futuro do setor, a despeito da pressão externa ao mercado e um leve declínio nas vendas, os analistas presentes no evento enxergam 2023 com otimismo. De acordo com o Diretor-Geral da WingX, Richard Koe, o tráfego aéreo privado entre Europa e Estados Unidos permanecerá a níveis mais altos do que a média verificada em 2019. O executivo destacou também um aumento no total de cidades que atendem ao segmento em todo o continente europeu. 

O mercado de aviação privada tem se mostrado mais resiliente diante das oscilações econômicas em comparação a outros períodos. Para os analistas do segmento, houve uma mudança estrutural no setor a partir da pandemia, consolidando um novo patamar – seja quanto às transações de compra e venda de aeronaves, ou sobre o volume de voos. Entre 2018 e 2023, a demanda de fretamentos em toda a Europa cresceu 10%.

NOVIDADES
O evento em Genebra foi marcado por uma série de lançamentos de aeronaves, como o novo Cessna Citation Ascend, da Textron Aviation, e a estreia do ACJ TwoTwenty, da Airbus Corporate Jets. 

A Bombardier apresentou pela primeira vez o Challenger 3500. O modelo combina conforto extremo, alta performance e baixo impacto de emissões de carbono. No interior da cabine, conectividade por iridium, controle de voz sobre determinadas funções, carregadores sem fio e monitores 4K de 24 polegadas. A cabine, aliás, recebeu vários prêmios, incluindo o “Best of the Best” no Red Dot Awards for Product Design, em 2022.

O G800, da Gulfstream, também fez seu primeiro voo intercontinental para o evento, entre os Estados Unidos e a Suíça. O jato para até 19 passageiros tem autonomia de 12,9 mil quilômetros voando a 1.100 km/h. A Embraer levou ao show o Phenom 300E, jato leve mais vendido do mundo há 11 anos, e dois modelos Praetor – 500 e 600. 

EVOLUÇÃO DOS “CARROS-VOADORES” 
Desenvolvedores de veículos de mobilidade aérea urbana (UAM) debateram sobre cronogramas, prazos e linhas de financiamento para que os EVTOLs se tornem realidade até o final da década. 

Dentre os desafios do momento estão a realização da certificação dos aparelhos, a verticalização da produção de todos os componentes por parte dos fabricantes, o ambiente regulatório e a rapidez com que o EVTOL estará disponível para uso público.  

No painel “Cleared for Takeoff: The Flight Plan for eVTOLs”, os palestrantes concordaram que esta nova modalidade terá um crescimento gradual no mercado, não uma transformação total da noite para o dia. Os “carros-voadores” deverão auxiliar no transporte de passageiros nas grandes cidades como também auxiliar nas localidades onde não haja nenhum tipo consistente de mobilidade. 

A Avantto também aposta na transformação da mobilidade aérea. A companhia é parceira da Eve – spin off da Embraer para o segmento – no desenvolvimento do novo ecossistema de voo nas principais cidades brasileiras. Firmou também um acordo de compra de 100 EVTOLs para entrega em 2026. 

A EBACE volta a movimentar Genebra entre os dias 28 e 30 de maio de 2024. 

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04/11/22

O futuro da aviação

Na 75ª edição da NBBA-BACE, a feira de aviação realizada em Orlando (EUA), mobilidade aérea urbana, sustentabilidade e inovação foram os assuntos em destaque. Acompanhe.  

Tempo de leitura: 03 minutos

Por Avantto

Novas tecnologias de voo, mobilidade elétrica aérea urbana e adoção de estratégias mais sustentáveis para a redução das emissões de carbono do setor. Estes foram os temas centrais que dominaram a agenda da 75ª Business Aviation Convention & Ehxibition, promovida pela National Business Aviation Association (NBAA) em Orlando, Flórida (EUA), entre os dias 18 e 20 de outubro. 

O evento é considerado o maior do mundo e foi realizado no Orlando Executive Airport e no Orange County Convention Center, que receberam juntos mais de 21 mil visitantes e 800 expositores. Segundo autoridades de Orange County, a feira movimentou US$ 51 milhões na economia local. 

“O futuro da aviação será baseado na sustentabilidade, inovação, segurança e no desenvolvimento de talentos para a indústria”, afirmou Ed Bolen, CEO e Presidente da NBAA. 

EVTOL 
No pavilhão Emerging Technology Zone, startups e desenvolvedores apresentaram os seus projetos de veículos elétricos de decolagem e pouso verticais – EVTOL. Um deles foi o Supernal, da Hyundai. 

Com cabine para cinco ocupantes (quatro passageiros e um piloto) e propulsor da Rolls-Royce, o carro-voador da fabricante sul-coreana deverá entrar em operação em 2028.

O tema da mobilidade aérea urbana também integrou um dos painéis no centro de convenções. Para o piloto e professor de Direito Aeronáutico, Jason Lorenzon, da Universidade de Ohio, a aviação executiva deve ser a primeira a adotar estes táxis aéreos em suas frotas. 

“Os EVTOLs serão muito usados para transportar passageiros destas empresas até os aeroportos, seja na primeira ou última milha”, declarou o palestrante. 

Sustentabilidade 

Outra pauta bastante debatida em Orlando, a sustentabilidade na aviação executiva é tida como essencial para o futuro do setor. A meta sugerida pela NBAA aos fabricantes, fornecedores de combustíveis e operadores aéreos é a eliminação completa das emissões de carbono até 2050. 

Neste sentido, a brasileira Embraer levou para o evento três dos seus jatos médios mais vendidos em todo o mundo – Phenom 300E, Praetor 500 e Praetor 600. Detalhe: todos voaram com combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês).

Outras empresas apresentaram soluções para a cabine das aeronaves. A Textron, por exemplo, trouxe o novo modelo Cessna XLS Gen2 com o interior todo revestido de algodão e compostos reciclados.

Lançamentos 

A mesma Embraer aproveitou a feira em Orlando para apresentar aos jornalistas presentes um conceito ultramoderno de um jato autônomo. Da categoria midsize e com três ambientes, o projeto sugere propulsão na cauda em V, sem motores nas asas como é tradicional. O mais importante: dotada de inteligência artificial, a aeronave futurista voaria sem piloto, sendo 100% autônoma.

Top Gun 
Uma das atrações do evento na Flórida foi a presença da atriz Monica Barbaro, uma das atrizes do filme “Top Gun: Maverick”. Ao lado do pilotos Frank Weisser, da empresa Blue Angels, e Kevin La Rosa II, consultor técnico do filme, eles contaram como foram feitas as cenas de combate aéreo do longa metragem, estrelado pelo astro do cinema, Tom Cruise. 

Para saber mais detalhes da NBAA-BACE 2022, acesse: nbaa.com 

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19/10/22

EVTOLs – Updated

A mobilidade elétrica aérea urbana avança de forma acelerada para se tornar uma realidade nos próximos anos. A seguir, acompanhe as últimas novidades do setor, com testes de voo, definição de rotas e ajustes na jornada dos passageiros destes verdadeiros “carros voadores”. 

Tempo de leitura: 05 minutos

Por Avantto

O setor de mobilidade aérea elétrica urbana segue em ritmo acelerado de desenvolvimento ao redor do mundo. As principais empresas têm apresentado avanços significativos em seus projetos de EVTOL (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical), com o aperfeiçoamento das aeronaves, fechamento de parcerias comerciais importantes, testes de rotas para criação do ecossistema de voo nas cidades, dentre outros. 

Por tudo isso, a expectativa é de que os primeiros “carros voadores” ganhem os céus ainda nesta década. A estimativa é de que 23 mil EVTOLs estejam em operação até 2035. Segundo um recente estudo do banco Santander, este mercado deverá movimentar US$ 102 bilhões em 2040, podendo dobrar de tamanho na década seguinte. 

A seguir, revelamos as últimas novidades dos fabricantes e imagens que revelam a transformação da aviação nas cidades em um futuro cada vez mais próximo. Acompanhe.  

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Eve 

O projeto do spin off da Embraer tem sido um dos mais bem sucedidos do ponto de vista comercial. Já são mais de 2 mil pedidos de encomenda – 100 deles feitos pela Avantto, parceira da empresa no desenvolvimento do ecossistema de voo do EVTOL nas principais cidades brasileiras. Em setembro, a Eve realizou simulações de rota em Chicago (EUA), assim como fizera no Rio de Janeiro no final de 2021. Os dados colhidos ajudarão no planejamento da infraestrutura de voo que a cidade necessitará para receber as aeronaves. A estimativa é de que Chicago comporte até 150 rotas para 240 EVTOLs em operação até meados da próxima década. 

O Eve contará com oito rotores para deslocamento vertical e outros dois para impulso horizontal, levando o aparelho a uma velocidade final de 240 km/h. A cabine deverá transportar até quatro passageiros e um piloto. 

eveairmobility.com 

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Lilium Jet 

É um dos projetos mais adiantados do setor. Em setembro, a fabricante alemã anunciou a transição total dos seus 30 motores elétricos a jato. O teste demonstrou os propulsores se movimentando da posição vertical para a horizontal em pleno voo e com total estabilidade. A empresa também firmou parcerias com a Globe Aviation, para realizar voos no sudeste da França e Itália, além de entregar à Diehl Aviation a customização do interior das aeronaves. 

Com capacidade para até seis passageiros e um piloto, o Lilium Jet deverá alcançar velocidade máxima de 280 km/h e range de 250 km, nesta configuração maior de cabine. 

lilium.com 

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CityAirbus 
O projeto NextGen da fabricante francesa de aeronaves está em fase acelerada de desenvolvimento. Até o final do ano, a companhia pretende fazer testes de rota na cidade de Osaka, no Japão. Na América do Sul, a empresa fechou acordos recentes com a empresa Ecocopter, especializada em missões de trabalho aéreo em países como Peru, Chile e Equador, nas áreas de mineração, offshore e resgate médico. 

O CityAirbus NextGen deverá voar a até 120 km/h, com range operacional de 80 km e capacidade para transportar três passageiros e um piloto. 

airbus.com 

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VX4 
A empresa britânica Vertical Aerospace realizou o primeiro teste de decolagem do seu EVTOL em setembro. Até o momento, mais de 1.400 unidades já foram encomendadas. Dentre as empresas que fecharam acordos de compra estão a American Airlines, Virgin Atlantic e a brasileira Gol Linhas Aéreas, que requisitou 250 aparelhos. 

O VX4 foi projetado para transportar até cinco pessoas – um piloto e quatro passageiros. De asa fixa e quatro propulsores, desenvolvidos em parceria com a Rolls-Royce, o aparelho deverá alcançar velocidade máxima de 325 km/h e terá autonomia de 160 km. 

vertical-aerospace.com 

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VoloCity 
Em julho, o EVTOL da empresa Volocopter foi apresentado oficialmente ao público na Ásia. No mês passado, na França, o aparelho completou mais uma bateria de testes de voo, visando plena adaptação a questões como pareamento de sistemas de controle e do tráfego aéreo, ajustes no sistema de voo não tripulado e de respostas a situações comuns a serem enfrentadas durante as missões. 

Quando estiver em operação, o Volocity contará com 18 motores elétricos para propulsão. A fabricante que eles serão mais silenciosos do que um helicóptero de pequeno porte. A velocidade máxima será de 110 km/h, com autonomia para voos curtos: 35 km. A bordo, serão apenas duas pessoas, piloto e passageiro. 

volocopter.com 

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Air One 
O pequeno EVTOL de dois lugares da companhia israelense realizou seu primeiro teste de decolagem e pouso. Pensado para uso pessoal, não comercial, o aparelho poderá ser controlado por ambos os passageiros. 

O Air One contará com oito motores elétricos, que permitirão voar a 250 km/h. Super ágil e leve, o aparelho terá autonomia de voo de 177 km. Em sua configuração mais básica, o EVTOL deverá ser vendido no mercado a US$ 150 mil. 

airev.aero 

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18/02/22

Entrevista: Andre Stein – Eve Urban Air Mobility

Criada pela Embraer X, a startup pretende colocar nos céus do mundo o primeiro eVTOL (veículo aéreo elétrico com decolagem e pouso verticais) até 2026. 

 
Tempo de leitura: 12 minutos

Por Avantto 

Em dezembro do ano passado, a Eve Urban Air Mobility – startup gerada pela Embraer X, braço de inovação da multinacional aeronáutica criada para acelerar projetos disruptivos – anunciava uma fusão bilionária, avaliada em US$ 2,9 bilhões, com a Zanite Acquisition Corp., uma SPAC com foco no mercado de aviação. O acordo foi um passo importante para alimentar a meta mais ambiciosa da empresa: colocar nos céus do Brasil e do mundo o primeiro eVTOL, veículo elétrico com decolagem e pouso verticais, em 2026. 

À frente de todo este processo está o CEO da Eve, Andre Stein. Com 25 anos de Embraer, ele é o responsável por trazer o conceito de mobilidade aérea urbana (UAM, em inglês) para a companhia com sede em São José dos Campos (SP). A Eve nasceu 2020, após ganhar maturidade e demonstrar ter alta capacidade de disrupção associada a um poder de crescimento exponencial. 

Andre Stein, CEO da Eve

Em entrevista concedida ao blog, Stein revela detalhes da criação da empresa que comanda, o impacto da fusão recente no projeto do eVTOL, fala sobre as encomendas já feitas e de sua expectativa quanto a parceria estratégica firmada com a Avantto para o desenvolvimento do ecossistema de voo para UAM. “Espero criarmos juntos uma nova fronteira para aviação”, disse o executivo. Acompanhe na conversa a seguir: 
 
Avantto – Como nasceu a Eve Urban Air Mobility? 

Andre Stein – Em 2017, ajudei a fundar a Embraer X, que tem como propósito identificar e investir em projetos disruptivos com potencial de crescimento exponencial até que eles alcancem um certo nível de maturidade. Em 2020, a Eve foi o primeiro deles a atingir essa condição de andar com as próprias pernas – ou voar com as próprias asas. 

A Embraer tem essa visão de buscar projetos com potencial para crescimento exponencial. E quando a gente olhou para os desafios da mobilidade urbana como ela é hoje e tudo o que a aviação trouxe de positivo para o transporte, pensamos em unir todo esse benefício e endereçar a este que é um problema da sociedade, promovendo uma ruptura desde o começo da cadeia.  
 
Por exemplo, a bateria para a aviação elétrica ainda não está pronta hoje para substituir a propulsão de um grande jato comercial ou executivo. Mas os motores elétricos atuais já estão em um nível que permite fazer uma aeronave voar a curta distância e com baixa ocupação de passageiros. E esse é o conceito de inovação disruptiva. Então houve um encaixe: oportunidade de ruptura, potencial de crescimento exponencial e o background da Embraer, o conhecimento que poderia ser usado para esse novo segmento. 
 
E aqui não se trata só de desenvolver um novo veículo: junto a esse projeto, vimos a oportunidade de repensar o controle de tráfego aéreo também. Hoje, ele é um gargalo para que a aviação urbana se expanda. Temos dentro do grupo Embraer a Atech, que desenvolve toda essa parte de controle de tráfego aéreo para o Brasil junto com o DECEA – uma das poucas empresas do mundo que tem essa tecnologia – para alavancar isso e criar uma solução dedicada para a mobilidade aérea urbana que possa integrar o tráfego aéreo dos eVTOLs  com helicópteros, aviação comercial e, no futuro, com os  drones também, para achar uma solução consolidada e dedicada para a mobilidade aérea urbana. 
 
Avantto – Qual o tamanho da Eve hoje? E como ela funciona? 

Stein – A Eve é uma startup criada para mobilidade aérea urbana, ágil, com processos mais simples, cultura de fazer prova de conceito, MVPs e, ao mesmo tempo, buscando alavancar o conhecimento da Embraer. A Eve tem um core da engenharia de alto valor agregado, atua na liderança dos projetos – somos nós quem tomamos as decisões –, o desenvolvimento do negócio e a gestão do programa. Contratamos boa parte do desenvolvimento técnico da Embraer e, por isso, não precisamos crescer muito em termos de quantidade de pessoas: ficaremos em torno de cem funcionários este ano. 
 
Avantto – Desde a data do lançamento da empresa, quantos pedidos de aeronaves já foram recebidos e quantos acordos já foram firmados? 

Stein – Em torno de 1.735 aeronaves foram encomendadas, o que representa mais de US$ 5 bilhões. Neste portfólio, temos uma diversidade muito grande de clientes: são provedoras de serviços, operadoras de helicópteros, empresas de ride sharing, companhias aéreas, grandes empresas de leasing, enfim, tanto pertencentes a várias partes do ecossistema, quanto globalmente. Temos clientes na Ásia, Europa, Brasil, Estados Unidos e isso nos dá um grande conforto. Além disso, temos parcerias com outras partes do ecossistema como a empresa Skyports, que está olhando os vertiportos, com aeroportos como o do Rio de Janeiro, onde já realizamos uma simulação de rota, e empresa de energia também, como a EDP. A ideia é crescermos por meio dessas parcerias. 

eVTOL Sidney

Avantto – Sobre parcerias, como você avalia essa possibilidade de trabalho em conjunto com a Avantto? 

Stein – A Avantto já era uma parceira da Embraer e estamos reforçando esse vínculo com um foco comum na sustentabilidade dessa próxima geração de transporte.  

A experiência expressiva da Avantto em operações, aliada à sua estratégia de crescimento, faz dela uma parceira ideal para a futura expansão da implantação do eVTOL e da Eve no Brasil e em toda a América Latina. Trabalharemos juntos nesta missão de democratizar a aviação por meio do aumento da viabilidade e da acessibilidade

Aliás, isso é outra coisa que fazemos muito: alavancar as parcerias já existentes. Queremos criar juntos uma nova fronteira para a aviação. E isso é muito excitante. Não é uma pura substituição de helicópteros por eVTOLs, é realmente criar um segmento que tem tudo para crescer muito aqui no Brasil e na América Latina, que são mercados muito relevantes para a mobilidade área urbana. São Paulo, Rio, Brasília, Recife e ao redor do continente também, como Buenos Aires (ARG), Lima (PER), todas com um potencial muito grande para esse segmento da aviação. 

Avantto – Em que estágio está o desenvolvimento do eVTOL da empresa? 

Stein – Esperamos a certificação em 2025 e entrar em serviço no ano seguinte. O Brasil provavelmente será um dos primeiros mercados, até porque o nosso órgão primário de certificação é a ANAC. E, como fizemos em outros programas, buscaremos uma certificação tripla simultânea: ANAC, FAA e EASA. Com os E-jets e Praetor foi assim e, no caso do E2, por exemplo, anunciamos os três órgãos no mesmo dia. Esse princípio faz com que o Brasil fique em uma posição privilegiada. 

Agora, o mercado de aviação é global, onde os suprimentos, cada pedaço – motores, tecnologia, baterias – é desenvolvido em lugares diferentes. Boa parte do desenvolvimento técnico do eVTOL será aqui no Brasil por conta dessa parceria com a Embraer – para usar um termo aeronáutico, será o grande “centro de gravidade e desenvolvimento”. Vai além do corpo de engenharia, como o próprio uso do centro de ensaios em voo de Gavião Peixoto (SP). Quanto a fabricação, é algo que ainda tem mais tempo: é uma decisão que tipicamente fica para cerca de dois anos antes da entrada em serviço, mas que também faz sentido ter uma boa parte da produção do novo veículo aqui no Brasil. 
 
Avantto – Como a recente fusão com a norte-americana Zanite Acquisition Group vai impactar nesse desenvolvimento? 

Stein – A ideia é acelerar. O cálculo racional de fazer esse spin-off era ter essa agilidade para buscar parcerias e investidores, algo que não seria possível se fossemos uma unidade de negócio. E o que esse anúncio com a Zanite nos traz é o conforto de termos caixa para chegar até a certificação e a entrada em serviço do aparelho. Então, este é um projeto que já nasce com todo o funding necessário e que nos permite acelerar o projeto e priorizar o que for preciso logo de saída. 

O projeto já nasceu com este conceito de que, em algum momento, quando estivesse no nível de maturidade adequado, isso aconteceria. Existem vários mecanismos para isso e fizemos através de uma parceria com a Zanite. Uma coisa que chama a atenção nessa empresa especificamente é sua qualidade. Existem muitas SPACs (Special Purpose Acquisition Company), no começo do ano estava um grande boom desse setor, mas a Zanite já foi criada com foco em aviação. No seu board tinha o ex CEO da Gulfstream, o ex CEO da Northrop Grumman, o ex CEO da BAE Systems nos Estados Unidos, que agora é o meu co-CEO – ele saiu do board da Zanite e se juntou a nós na Eve –, o próprio Kenneth Ricci, responsável pela Directional Aviation. Então, são pessoas com muito entendimento do mercado e do setor que conversaram com dezenas de outras empresas e nos escolheram por entenderem ser uma grande oportunidade. 

Avantto – Quais os desafios para a mobilidade aérea urbana se consolidar como realidade? 

Stein – Eu acho que é justamente essa questão da infraestrutura. Pelo menos no nosso desenvolvimento, não vemos a necessidade de um grande salto tecnológico. Com a tecnologia que temos hoje, o veículo já pode existir. É preciso, claro, deixá-la mais madura, certificável, mas não é preciso uma nova bateria, por exemplo, para que isso aconteça. 

Agora, tem toda a parte de infraestrutura, de aceitação da comunidade, que faz com que a gente se conecte desde cedo com bons parceiros para criar essas soluções do começo, a fim de tornar o ambiente regulatório mais maduro. E eu nunca vi nesses 25 anos de aviação o FAA e EASA com tanto apetite para inovação: eles realmente têm embarcado nisso e têm olhado para essa fronteira de uma maneira muito proativa, mas sem renunciar da segurança – nem nós. Segurança não é algo que se negocia e a ideia é manter a aviação como o jeito mais seguro de viajar. Quando falamos em mudanças no ambiente regulatório, são exatamente para permitir que novas tecnologias continuem a garantir a segurança, mas que tragam essa ruptura do ponto de vista de usabilidade, acessibilidade, de custo operacional e de carbono zero. Então, muitas vezes, é preciso mexer no ambiente regulatório. 

A parte de infraestrutura precisará ter o grid energético nos vertiportos. Os eVTOLs cabem no helipontos atuais, mas espera-se uma malha muito maior e, para isso, podemos adaptar estacionamentos. Portanto, há muitas oportunidades aqui para aumentar a infraestrutura e todo esse ecossistema precisará ser criado em paralelo. 

Avantto – No seu entendimento, quais são as grandes oportunidades embutidas com a chegada da mobilidade aérea elétrica urbana para as empresas e cidades?  

Stein – Acredito que essa é uma grande oportunidade de mexer no modelo de negócio e torná-lo melhor para todos, inclusive para o usuário final. Ao mesmo tempo que se pode alavancar a infraestrutura da cidade e a experiência de aviação já existente. Veja que oportunidade é poder desenhar o veículo e o vertiporto simultaneamente! Pode-se otimizar muito mais essa relação e ter um ganho de eficiência aí. Mesmo o setor de controle de tráfego aéreo tende a melhorar. 
 
Este é um negócio que já nasce sustentável, seja do ponto de vista ambiental ou econômico. Outra questão que vai além da emissão zero carbono local do eVTOL, que é 100% elétrico, é a necessidade de se olhar o ciclo de vida como um todo: a manufatura, os materiais, a origem da energia consumida, a segunda vida da bateria – ela sai do veículo ainda com um tempo de vida muito efetivo como bateria estacionária. Então, tudo isso é uma oportunidade de olhar e modelar a aviação de uma maneira mais eficiente, sustentável e segura. 

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31/01/22

A transformação está no ar

O ano de 2022 marca o início da jornada rumo à efetivação da mobilidade aérea elétrica como novo modal de transporte nas cidades. 

Tempo de Leitura: 5 minutos 

Por Rogério Andrade, CEO Avantto 

O que há até bem pouco tempo seria uma típica cena de filme futurista – “carros voadores” cruzando os céus das cidades – agora é questão tempo para se tornar realidade no cotidiano dos grandes centros urbanos do mundo. A mobilidade aérea urbana (UAM, na sigla em inglês) vem se desenvolvendo rapidamente nos últimos anos, com foco especial em aeronaves elétricas de pouso e decolagem verticais, os eVTOLS. 
 
A tecnologia onboard tem sido aprimorada, sobretudo no que se refere aos sistemas de segurança e capacidade de realizar voos de forma autônoma, bem como o alcance destes aparelhos, a medida que as baterias elétricas se tornam energeticamente densas e capazes de cumprir trajetos mais extensos com uma única carga. 
 
A partir desta década, o segmento passou a desenvolver também ecossistemas integrados que conectam aparelhos, infraestrutura terrestre – os vertiportos – e a rede de serviços para atender ao transporte de produtos e de passageiros. 
 
Em outubro de 2021, a Avantto assinou uma Carta de Intenções com a Eve Urban Air Mobility, empresa da Embraer, que confirma uma parceria destinada a desenvolver este ecossistema na América Latina. O acordo contempla ainda uma encomenda inicial de 100 eVTOLs da startup, com entrega prevista para começar em 2026. 
 
A EVE escolheu a Avantto como parceira principalmente por conta da nossa expertise de mais de uma década no desenvolvimento de softwares, sistemas e procedimentos que permitem oferecer serviços de transporte de helicóptero em áreas urbanas e de curta distância sob medida, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para centenas de membros ativos. Este conhecimento exclusivo será um dos pilares do ecossistema que estamos desenvolvendo junto a Eve.  

Mobilidade disruptiva 
 
Especialistas do setor indicam que até meados desta década já testemunharemos eVTOLs em operação nas principais metrópoles do planeta. Uma completa disrupção na cadeia da mobilidade dentro das áreas urbanas, uma vez que o novo modal atenderia especialmente à demanda pelo last mile, o transporte “porta a porta” que se traduziria em imenso ganho de tempo para os seus usuários. 
 
Deslocamentos entre centros financeiros, aeroportos ou parques industriais, por exemplo, estariam no centro deste modelo de transporte, retirando do custo operacional das empresas as muitas horas perdidas de seus executivos e times de trabalho no trânsito terrestre ou à espera de voos comerciais. 
 
O serviço de eVTOLs é a peça que faltava no quebra-cabeça complexo da mobilidade urbana para a consolidação do conceito de Mobility-as-a-Service (Mobilidade como Serviço) que deve predominar no mundo nos próximos anos, onde pessoas passam a se locomover utilizando uma combinação de modais públicos e privados mais acessíveis e eficientes.  

Aspecto ambiental 
 
Mais além, a mobilidade aérea elétrica nas cidades colabora não apenas com a eficiência do transporte urbano – algo sensível para um mundo que terá 70% das pessoas vivendo nestas áreas até 2050, segundo a ONU –, mas também na descarbonização do setor e sua consequente redução das emissões de gases do efeito estufa. 
 
Em relatório recente da EBAA – European Business Aviation Association, o transporte aéreo corresponde a 2% dos poluentes nocivos lançados na atmosfera por ano. Deste volume, outros 2% estão relacionados à aviação executiva. Portanto, investir no desenvolvimento de aeronaves carbon zero para voos de curta distância refletirá diretamente na qualidade de vida das cidades, uma vez que toneladas de CO2 deixarão de ser liberadas no ar. 
 
Outro reflexo positivo se refere à sustentabilidade empresarial e a agenda ESG, pautas em absoluto destaque no mundo dos negócios atualmente. Companhias que movimentarem seus principais ativos sem gerar pegada de carbono no meio ambiente agregarão mais valor às suas marcas e sairão na frente na disputa por novos contratos e acesso à fundos de investimento. 

Em novembro passado, na COP26 – a 26ª Conferência do Clima da ONU –, muitos governos deixaram clara a sua posição quanto a investirem em países e empresas que comprovadamente demonstrem ações de redução de suas emissões. Isso abre um imenso campo de novos negócios ao qual a Avantto passa a estar inserida com a parceria junto à Eve. A partir de agora, a longevidade das empresas dependerá dessa transição energética. Uma transformação que está no ar e tem na mobilidade aérea elétrica o seu principal agente de mudança rumo a um futuro mais móvel e sustentável. 

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